CINEMA #4: O JOGO DA IMITAÇÃO

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E AÍ, GALERINHA! A CRÍTICA DE HOJE VAI PARA UM FILME QUE EU NÃO QUERIA assistir quando decidiram por ele em uma tarde de filmes aqui em casa (não sou muito fã de filmes de época), mas que, ao ver o trailer, resolvi dar uma chance, já que envolvia quebra de códigos (criptografia), o que me lembrou muito o livro Fortaleza Digital do Dan Brown, ou seja... ESPIONAGEM (muahahaha)!!

"Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo britânico monta uma equipe que tem por objetivo quebrar o Enigma, o famoso código que os alemães usam para enviar mensagens aos submarinos. Um de seus integrantes é Alan Turing (Benedict Cumberbatch), um matemático de 27 anos estritamente lógico e focado no trabalho, que tem problemas de relacionamento com praticamente todos à sua volta. Não demora muito para que Turing, apesar de sua intransigência, lidere a equipe. Seu grande projeto é construir uma máquina que permita analisar todas as possibilidades de codificação do Enigma em apenas 18 horas, de forma que os ingleses conheçam as ordens enviadas antes que elas sejam executadas. Entretanto, para que o projeto dê certo, Turing terá que aprender a trabalhar em equipe e tem Joan Clarke (Keira Knightley) sua grande incentivadora."

No início eu ainda ofereci certa resistência (até achei o Benedict Cumberbatch parecido com o ator que interpreta Jarvis na série Agent Carter da Marvel). Enfim, no começo eu achei que conhecia o personagem principal de algum lugar (o personagem mesmo, não o ator), mas eu era melhor em História - e no caso Teoria da Matemática - no tempo do colegial. Tanto que fiquei curioso após o filme e fui pesquisar. Me surpreendi ao ver que o filme havia sido bem (e quando digo bem, é BEM mesmo) fiel à história.

O filme se passa durante a Segunda Guerra Mundial, e a trama maior se desenvolve a partir de um único fato: a posse de uma máquina que pode ajudar na transmissão de mensagens alemãs sem que o adversário possa decifrá-las. A partir daí, um time é montado (tradutores, matemáticos, criptógrafos etc) para encontrar um meio de achar a chave para a configuração da Enigma (dessa belezinha eu lembro muito bem).

É difícil falar sobre boa parte dos acontecimentos do filme sem dar um grande spoiler, até porque durante o trailer há um trecho que diz "o homem com um grande segredo tentando quebrar o maior segredo da época", que no caso é a Enigma (o trecho não é exatamente assim, galera kkk). Acontece que Joan Clarke foi a única mulher que conseguiu lutar pela vaga de entrar para a equipe de Alan, mas em certo momento se vê na obrigação de voltar pra casa, uma vez que não tem marido e precisa cuidar dos pais. É aí que Alan vê a oportunidade de ajudá-la, e assim, fazer com que permaneça ajudando no projeto da Christopher.

CHRISTOPHER, É O NOME DA MÁQUINA DE ALAN, EM HOMENAGEM AO ÚNICO amigo que teve em sua infância, e que foi a primeira pessoa que gostou de verdade (gostar, gostar mesmo).

ALERTA DE SPOILER!!!

Não me aguentei. Christopher foi a primeira paixão de Alan, e por isso ele colocou seu nome na máquina. Naquela época, ser homossexual era um crime no Reino Unido, fazendo com que Alan (no período pós-guerra) fosse acusado por obscenidade, e com isso tivesse a opção de escolher entre duas penas: prisão ou tratamento com hormônios que resultariam em castração química. Ele escolheu o tratamento, uma vez que não poderia continuar trabalhando se estivesse preso. Tudo isso realmente faz parte da história dele, inclusive, no fim do filme, fala que ele se suicidou. Lendo sua biografia, vi que o suicídio se deu através de uma dose auto administrada de cianeto, o mesmo cianeto que apareceu na primeira cena do filme sendo manuseada com cautela por ele, ao falar que ela pode causar morte. 

O filme é ótimo! Tem drama, romance beem mínimo (mas tem, né?), reviravoltas, e o fato de que o destino da guerra está nas mãos de uma equipe de nerds =) A história é extremamente bem contada e a expectativa e esperança (e, acima de tudo, fé) de Alan de que a máquina funcionará, te deixa preso, criando expectativas junto com ele, até porque em certo momento do filme ele é tido como um espião.

Nas últimas postagens eu vinha dizendo que os filmes não eram aqueeela coisa de outro mundo e que só dava pra assistir pra passar o tempo mesmo, mas esse, com certeza, não é desse tipo. Vocês TÊM que assistir! Até porque, o que seria da Terra hoje em dia se o destino da guerra tivesse sido diferente?

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